sábado, janeiro 28, 2006

Dia de S. Valentim - que martírio para mim



Aproxima-se Fevereiro, o pior mês do ano para mim! Até ao dia 14 é um verdadeiro suplício. É o mês em que menos saio e vejo televisão. Nunca vi tanta publicidade na minha vida. Credo! Nem no Natal! Parece que amor só surge nesse mês. Todos se lembram de comprar prendas para a pessoa amada. Ou é a porcaria do coração, ou as rosas merdosas, ou a pirosa peça de roupa, ou até mesmo o peluche mais feio da loja dos trezentos. Não sei como é que as pessoas não se apercebem que isto tudo é apenas para aumentar as vendas. Acham que os comerciantes querem saber se estão apaixonados? Não me parece, querem é vender o mais que puderem nem que isso implique lembrar aos tolos da “paixão” no dia 14 de Fevereiro. Por causa desses grandessíssimos tolos é que eu tenho de levar com as merdosas publicidades alusivas ao dia dos namorados. E na caixa do correio? É horrível. Parece que os restaurantes se lembraram todos de fazer um menu especial para o dia dos namorados, com aquelas ementas pirosas, coisas que não lembram nem ao diabo, quanto mais ao menino Jesus. O que eu acho piada é à sobremesa. Frutas exóticas com chocolate quente derretido… Deve ser para os casalinhos andarem-se a comer depois da refeição tipo 9 semanas e meia ou lá o que era. Deve ser para mandarem a bela da queca em cima da mesa. Depois das onze o restaurante em causa deve virar um peep show. A minha vontade é chegar a esses restaurantes e pedir meia dose. Só para chatear e para lembrar que as pessoas sem vida amorosa e sexual também existem e têm direito a saírem de casa nesse dia. Se a empregada for alguma coisa de jeito até podia dividir a tal sobremesa caliente com ela. Mas não, seria humilhação a mais. Já basta ter de ver todos aos pares colados como se de uma competição se tratasse. Depois, não posso estar sozinho que me olham logo de lado como se tivesse lepra. Qual é o mal de não ter namorada? É assim tão grave? Ser solteiro não é sinonimo de deficiência! É que olham para mim como se eu é que andasse a fazer figura de parvo. Não sou eu que olho para a namorada com olhos de carneiro mal morto, como se tivesse a desfalecer. Não sou eu que ando ando aos melos de cinco em cinco segundos, muito menos com o ramo de flores nas mãos para todos verem.
No ano passado resolvi presentear-me a mim próprio. Fui a um centro comercial comprar uma peça de roupa qualquer. Nunca me senti tão mal. Para além do centro se encontrar cheio de siameses, encontrei todos os meus antigos amigos com as respectivas. E a puta da pergunta era sempre a mesma! “Que andas a fazer sozinho por aqui?” Só me apetecia separar os siameses à chapada. E para me espezinharem ainda mais, ainda perguntavam o que tinha oferecido à namorada ou se vinha comprar alguma coisa para ela à última hora! Parece que têm gosto em ouvir as tais frases:” Não tenho namorada, sou um largado e se não me ponho a pau ainda fico para tio. Não deixo que o filho da puta do Cupido me espete a puta da seta. É que eu detesto vacinas. Mas também. para namorar com um camafeu igual ao que está ao teu lado, não vale a pena o sofrimento e até prefiro nunca mais foder”. É claro que não dizia a última parte embora vontade não me faltasse.
Olhem! E que tal uma ideia; pedir às câmaras municipais que concedam a cada solitário uma jovem tipo Lucy Liu ou Eva Longoria para desfrutar o dia dos namorados connosco. Tipo acompanhantes. Era bem pensado. Podíamos começar com uma petição e entregar à câmara. Que acham? Sempre posso recorrer a uma agência de acompanhantes. Mas não, vou continuar a lutar pelo meu direito a uma vida solitária, sem afecto, sem sexo, sem amor e sem companhia, principalmente no dia 14 de Fevereiro, dado que parece que está tudo ocupado com as caras metades e não têm tempo para mim. É que mesmo que queira combinar alguma coisa com alguém é impossível. Estão todos ocupados com as suas preciosidades. Logo o je tem de ficar em casa sem fazer nada, ou a ver filmes tipo amar em ny, lendas de paixão, a noiva em fuga, o meu primeiro beijo, ou até mesmo o pretty woman (aka até a prostituta arranjou alguém, e com o bónus de ser podre de rico). Para quê isto? Para me lembrar ainda mais que estou sozinho? Por isso pergunto, por aonde andarão pessoas como eu nesse dia e o que farão para ultrapassar estas adversidades? Será que também se escondem como se tivessem com vergonha por ainda não ter encontrado alguém para passar o dia de S. Valentim? Digam-me por favor aonde é que elas andam para nos podermos juntar e fazer uma grande farra! Ou então irmos para o Colombo gozar com os casalinhos. Melhor ainda, levar uns ovinhos escondidos e presenteá-los com os mesmos. Não, também não desejo mal aos outros. Não é o meu género de pessoa. Só espero que nesse dia todos os centros comerciais do país e salas de cinema expludam!!!

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Beleza, Mulheres e Joio



Isto contado ninguém acredita. Será que já não se pode andar à vontade pela cidade de Lisboa sem ser incomodado? Que raio. Nunca me senti tão incomodado! Hoje estava naqueles dias em que nem me apetecia levantar da cama. Ou seja, o normal! Deixei-me na cama até só ter tempo de tomar banho. Ainda queria fazer a barba, que por sinal está quase tão grande como a do Pai Natal, mas preferi desperdiçar esses dez minutos na minha caminha. Enfim, depois de tomar banho, lavar os dentes e tudo mais, vesti a primeira peça de roupa que me apareceu à frente e fui trabalhar. Já no trabalho olhei para um espelho e pensei: “ Não tens vergonha de vires trabalhar neste estado? Olha-me esse cabelo…E a barba? Se a tua mãe te visse…”
Entretanto, deixei de ter contacto visual com o espelho e continuei no meu trabalho “sossegadito” da vida. Depois de sair do trabalho olho para mim com “olhos de ver” e penso: “estou uma lástima. Ao menos ninguém vai reparar em mim”. Pois logo hoje, que estava no meu pior, foi o dia que mais fui “assediado”. Todo mal vestido, umas calças de ganga do tempo do Mário Soares, umas t-shirts velhas (também do tempo do Mário Soares) e uns casacões que nada tinham a ver com resto, era o que trazia. Mas mesmo assim, o pior era a barba que me dava o aspecto do indivíduo mais procurado pelo FBI, CIA, Interpol e M6.
Juro que pensei continuar com esse aspecto durante muito tempo até encontrar alguém que gostasse realmente de mim. Assim, essa pessoa tinha mesmo de gostar de mim como pessoa e não como pedaço de carne! Farto de relações pouco duradouras ou de “Samanthas Jones” ando eu! Também não ando à procura da minha alma gémea, mas se tiver que aparecer, vai ser muito bem-vinda.
Continuando; vou eu muito bem sentar-me num banco da estação à espera do comboio, quando deparo-me com duas tipas a sentarem-se ao meu lado e a fixarem os seus olhos nos meus, como se olhassem para mim e vissem uma mousse de chocolate caseira. De momento deu-me para rir. Ora bolas, nem assim vestido elas me largam. Ou então, por estar assim vestido é que estas vieram embicar comigo. Não dando demasiada importância à situação continuei a minha vidita a ouvir sigur rós no meu leitor de mp3. Segundos mais tarde começo a ver as ditas cujas a falarem ao telemóvel nas posições mais esquisitas que se possa imaginar. Nem as contorcionistas conseguem fazer tais proezas! Foi aí que me ocorreu a bela ideia… “se calhar não estão a falar ao telemóvel mas sim a tirar-me fotos.” E não é que era mesmo. Resolvi não criar caso e quando chegou o comboio aproveitei-me para me distanciar delas escolhendo outro carruagem. Não é que quando vejo o reflexo da minha imagem nas janelas do comboio, vejo as duas tipas ao meu lado? Antes de entrar no comboio dirigi-me a outra carruagem mas sem sorte alguma, pois as indivíduas seguiam-se a meu lado. Mudei então para outra carruagem, desta vez com sucesso. Sentei-me num dos bancos e pensei: “ Já me safei, se ao menos fossem interessantes…” Não é que passado dez minutos as infelizes sentaram-se ao meu lado! Eu queria-me atirar da ponte, mas aguentei-me calmamente até ao fim da viagem, sempre de phones nos ouvidos e a “dormir” de boca aberta a ver se perdia o “charme”. Mas nem mesmo assim se aperceberam do meu desinteresse. Até que finalmente, cheguei ao meu destino e pus me a milhas mais rápido que o Speedy Gonçalez.
Agora digam-me. Aonde anda a decência dessas “gajas”? Estarão as mulheres assim tão desesperadas ou querem tornar-se as caçadoras e fazer de nós as presas? Lisboa, uma metrópole tão cheia de gente, é preciso atacar a primeira presa? Terei sido eu a primeira presa? Depois querem respeito. Como é possível se grande parte delas não se dá ao respeito? Está tudo do avesso. Qualquer dia ainda tiram o trabalho às trabalhadoras da profissão mais antiga do Mundo. Realmente, se isto continuar assim, a existência de tal profissão deixará de ter razão de ser. Contudo, não devemos discriminar e generalizar. Não podemos “julgar” um todo por uma parcela. Não nos esquecendo também que é no meio deste joio que temos de encontrar a nossa futura mulher.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Sexo virtual, será uma "realidade"?



Hoje em dia os meios de comunicação são bastantes, um deles é a Internet, onde milhões de mensagens instantâneas são trocadas diariamente. Mensagens, imagens, vídeos, mails, etc. Mas será que ficámos por aí? Não me parece. A Internet virou uma peça fundamental no nosso quotidiano. Tem servido para procurar receitas, reservar hotéis, fazer compras, visitas, (…) e fazer novas amizades. Quem nunca foi a uma sala de chat? Pois é…Todos nós já fomos. Nem que tivesse sido para gozar. Mas nem todos vão lá com o intuito de apenas criar novas amizades, mas sim à procura de encontrar a sua alma gémea, uma relação casual ou até mesmo sexo virtual. O tal cibersexo. Muitas pessoas recorrem a este meio mais fácil e menos dispendioso para saciarem os seus desejos. Salas de chat transformam-se em verdadeiros bares de engate, pior que muitos bares de alternes. Aqui, as pessoas mostram a sua “verdadeira identidade”, fetiches, opções e por aí adiante. Todos são deuses gregos. Raros são aqueles que mostram a cara. Aqui reside o encanto. O anonimato! Cada um projecta a imagem que quiser, até mesmo a si próprio. Tal como o álcool, o anonimato torna as pessoas mais confiantes e desinibidas. Pode-se dizer o que se bem entender. Quem é que sabe se é verdade ou se é mentira? Para além do mais não existem sanções. Diga o que se disser, as represálias são mínimas também. Existem pessoas que transformam esta nova prática sexual em algo habitual! E agora pergunto; será que podemos substituir sexo tradicional por sexo virtual? Quais serão as consequências? Ao menos dst são evitadas… Mas no fórum psicológico, que consequências terá? Como se sentirão essas pessoas que procuram apenas satisfazer necessidades? Não será degradante, frustrante e humilhante? Aonde está o amor-próprio? E que lugar tem o amor nesta relação? Será que em tempos modernos o amor fica para segundo plano? Se somos cada vez mais pessoas no mundo porque é que estamos cada vez mais solitários? Como é possível em grandes metrópoles sentirmo-nos tão sozinhos a ponto de cometer tais actos? Que realidade é esta? Que mundo é este? Que futuro será este?

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Todos nós proferimos a mítica frase “ a minha vida dava um filme”. E não é que é verdade? Não há excepção a esta regra. Por quantos amores platónicos passámos? Quantos entes queridos já vimos partir? Quantas vezes já chorámos? Quantas vezes já nos rimos das peripécias que atravessámos? Quantas vezes vimos o pôr-do-sol acompanhados? Tudo isto nos constrói e solidifica. Mas até que ponto isso é benéfico para nós? As situações cómicas com fins desejáveis são de facto uma emoção que qualquer um deve experimentar. Resta saber é se “o que não nos mata só nos torna mais forte”. Quem já não viveu um amor impossível ou inalcançável? Um amor que não deu resultado? Muito poucos. E digo-vos por experiência própria que o que não nos mata só nos torna mais cruéis. Cruéis com aqueles que nos querem amar e nós não deixamos por insegurança e com medo de sofrer outra vez! Criamos uma barreira invisível. Deixamos de procurar a nossa alma gémea para procurar a primeira alma que nos aparece. Apenas falta o letreiro a dizer “ queremos relação”. É claro que não falo de uma relação amorosa! Relação amorosa, essa, para nós, não existe. São como as sereias, todos falam da sua beleza e encanto, mas nunca ninguém as viu. Viramos verdadeiros bichos do mato, frios, práticos, nada razoáveis, deveras racionais e principalmente indisponíveis! Qualquer demonstração de afecto e carinho por parte do nosso parceiro se transforma em algo irritante para nós, tendo sempre algum sitio para ir ou alguma coisa para fazer. Se conseguissem ler os nossos pensamentos nessa altura … Quantas e quantas vezes nos dizem carinhosamente o cliché que tanto odiamos mas que nos sabe bem ouvir “amo-te”? Pior ainda, só mesmo quando retorquimos com um belo “obrigado” ou nada mais nada menos que um simples “tou atraso”. O que antes gostávamos de ouvir tornou-se algo a evitar!
Aqui seguem-se alguns exemplos e pensamentos que costumo associar a esta pergunta retórica: “aonde fica a saída de emergência mais próxima?”.
Alguns convites como ir a uma festa de anos de um amigo dela estão fora de questão. “Vai apresentar-me aos amigos dela como namorado”- é logo o meu pensamento.
Se me convidam para passar a noite, declino logo. “Ela vai acordar primeiro que eu e vai beijar-me sem lavar os dentes”.
Se ela se auto-convida para passar a noite na nossa casa… “ nem pense que lhe vou levar o pequeno almoço à cama”.
Se esquece da sua roupa no nosso armário, “ estou tramado, vai comentar com as amigas que praticamente mora comigo”.
Se nos traz o pequeno almoço à cama e arruma a cozinha aí é que é o pior. “Quem é que lhe deu autorização para mexer nas minhas coisas?”.
E a estória do vestido de noiva? “Vou ver uns vestidos de noiva com uma amiga minha que se vai casar”- diz ela. Depois deixa o catálogo dos vestidos em cima da mesa da sala. Quererá ela dizer-me alguma coisa?
Outra situação a evitar; Nunca, mas nunca, me chamem de amorzinho, pois não foi com esse nome que os meus pais me baptizaram. Caso contrário seria esse nome que estaria no meu BI. CERTO? E se não for pedir muito, gostaria que usassem também o meu nome próprio na agenda do telemóvel. Não me chamo fofo, nem amorzinho e muito menos bebé!!! OK????
Fazendo agora uma introspecção…
Como é possível passarmos de anjos para demónios num piscar de olhos? Será que esta fase tem inversão? Pior! Será que isto é uma fase? Ou acabará por se tornar numa filosofia de vida até ao purgatório? Que filosofia de vida é esta que tem cada vez mais adeptos? Aonde pairam os valores tradicionais? A tradição aonde paira? Tradição… Tradição já não é o que era. O que é então a “nova” tradição? A nova tradição foi adulterada perdendo o seu “d” algures com o passar do tempo. Será que isto é mau? E os limites? Pensamos nas pessoas que magoamos? Ou pensamos em nós? Nos nossos desejos, nas nossas necessidades fisiológicas? Não admira estarmos sempre em alhadas. Não admira que a nossa vida desse para uma enciclopédia de “ Sexo e a Cidade”. Nesta selva pseudo-civilizada chamada sociedade todos querem ser livres, nem que para isso restrinjam a liberdade dos outros. Os desejos, necessidades e até mesmo fetiches falam mais alto! Onde “tabu” perdeu o “b” passando a “tau tau” e a satisfação sexual passou a ser a primeira necessidade na teria de Maslow! Não me admiro! Nada mesmo. Não é a toa que vivemos na era da maior de todas as revoluções! A Revolução Sexual!!